Os pólipos das pregas vocais são lesões de massa geralmente unilaterais. Pólipos sésseis são aqueles de base alargada(Figura) e com grande aderência na prega vocal; já os pólipos pediculados são conectados à prega vocal por um estreito filamento de mucosa.
Pólipos são lesões mais freqüentes em adultos do sexo masculino, entre 35 e 45 anos de idade, sendo extremamente raro em crianças.
O pólipo é uma lesão que tem causa recente aguda, embora em alguns casos a história clínica aponte para uma disfonia a longo prazo disparada por um evento específico. A origem do pólipo é definida a partir de um pequeno traumatismo, que pode ser fonatório ou não, como na presença de refluxo gastresofágico.
Um evento único, de intenso fonotrauma, tal como um grito, pode ser causal de um pólipo; porém outros processos irritativos, como a aspiração de substâncias químicas agressivas (pipetagem em indústrias químicas) ou ainda atividades respiratórias intensas, como o esforço utilizado para tocar instrumentos de sopro, podem estar envolvidos na gênese desta lesão. O fumo e o álcool são fatores agravantes.
Os pacientes com pólipos apresentam uma rouquidão característica, com soprosidade variável. Podem referir também sensação de corpo estranho na garganta.
O tratamento dos pólipos das pregas vocais é quase sempre cirúrgico. A possibilidade de regressão espontânea ou com fonoterapia é muito reduzida.
Uma terapia vocal pré-cirúrgica, de curta duração, com orientações quanto à higiene vocal, pode auxiliar na regressão do edema do pólipo e das áreas subjacentes, reduzindo-se a área da intervenção cirúrgica. Após a remoção cirúrgica, se não for observada a normalização da voz em 15 dias, fica indicada a reabilitação vocal, geralmente de curta duração.
A resposta ao tratamento é boa e a voz é rapidamente recuperada. O retorno do desenvolvimento de pólipos são raros e, quando ocorrem, devem ser investigadas a possibilidade de existência de outras alterações.
Fonte: Behlau, M; Madazio,G e Pontes,P. Disfonias Organofuncionais.
Voz O Livro do Especialista - Volume I, 2001.
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