O cisto vocal está no grupo das disfonias funcionais secundárias por inadaptações vocais, mais especificamente das inadaptações anatômicas ou Alteração Estrutural Mínima(AEM) diferenciada. Ou seja, é um tipo de variação anatômica que embora seja irrelevante para o desempenho das funções essenciais da laringe como respiração e deglutição, tornam-se fatores prejudiciais para o bom rendimento vocal, causando redução da resistência vocal e produzindo fadiga durante a produção de voz.
Também chamado de cisto epidermóide, cisto profundo ou cisto de inclusão epitelial, o cisto vocal corresponde a uma cavidade fechada, localizada profundamente no interior da prega vocal. O seu volume pode ser tão pequeno a ponto de ser chamado de microcisto, ou grande a ponto de comprometer grande parte da prega vocal. Esta cavidade pode estar mais solta ou bem aderida a prega vocal, o que neste último causa maior impacto na qualidade vocal.
O cisto pode ser assintomático, ou seja, não apresentar alterações na qualidade da voz, levemente sintomático, ou causar uma voz rouca e grave. Pode ser uni ou bilateral, sendo às vezes confundido com nódulos vocais.
A principal opção de tratamento é a reabilitação vocal, caso não haja melhora do quadro, segue-se para a opção cirúrgica seguida de fonoterapia.
Crises disfônicas podem ser disparadas pelo próprio uso da voz, pelo aumento da atividade profissional, por estresse, por refluxo gatroesofágico, por crises alérgicas, infecções de vias aéreas ou abuso vocal. A repetição dessas crises pode aumentar o volume do cisto e requerer tratamento medicamentoso e cirúrgico.
Vale salientar que o cisto vocal é recidivante, isto é, pode reaparecer após tratamento.
Fonte: Behlau, M. Azevedo, R. Pontes,P & Brasil, O.
Disfonias Funcionais. In: Voz O Livro do Especialista.
Vol 1. Revinter, 2001.
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