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domingo, 22 de julho de 2012

10 Dicas básicas de cuidados vocais para coralistas

Você faz parte de algum coral? Se a reposta é sim, este post é direcionado para você. 
Você cuida da sua voz  ou fica rouco com frequência depois dos ensaios e das apresentações no coral?

O Voz em Bom Som reuniu algumas dicas básicas de cuidados com a voz para quem canta em coral. Anota aí:

  1. Regente consciente: certifique-se que seu regente se importa com a saúde da sua voz. Se ele demonstra não ter essa preocupação, é melhor ficar atento pois o posicionamento dele sobre o assunto fará toda diferença.
  2. Alimentação: não cante de estômago vazio nem cheio demais. Evite antes do canto alimentos gordurosos, refrigerantes, chocolate, café, leite e derivados.
  3. Repouso vocal: depois dos ensaios e das apresentações, aproveite para ficar em silêncio o quanto puder, a voz precisa de descanso.
  4. Ensaios: Não esqueça de se hidratar bem durante os ensaios. Cuidado com o tempo de ensaio, este não deve ser muito intenso para não haver sobrecarga.
  5. Classificação Vocal: o regente é o responsável pela classificação da sua voz. Por isso, a uma adequada classificação vocal é muito importante para que você não cante em um tom que não é o seu, fora de sua tessitura vocal, ou seja, fora da área de alcance vocal produzidas com conforto. Não cante fora do seu tom, isso é muito prejudicial para sua voz.
  6. Aquecimento Vocal: é de grande importância que você aqueça sua voz antes do canto, nos ensaios e apresentações. Para isso, o ideal é que você procure um fonoaudiólogo que o avaliará e programará um aquecimento específico para suas necessidades. O regente também pode orientar alguns vocalizes para aquecer a voz, mas estes não têm ação suficiente porque são generalizados.
  7. Desaquecimento: tem coisa mais esquecida do que desaquecer a voz? Pois é, é extremamente importante executar exercícios vocais para retorno dos ajustes musculares para situações de fala depois do canto.
  8. Hábitos: alguns costumes como gritar, falar alto, falar muito devem ser evitados para quem quer usar a voz no canto. Se a pessoa é profissional da voz e canta nos finais de semana, deve redobrar os cuidados pois pode haver uma sobrecarga vocal e desenvolvimento de alterações vocais.
  9. Exames preventivos: Procure um otorrinolaringologista para avaliar seu trato vocal. De preferência antes de iniciar  no canto coral. Faça os exames necessários e depois siga para a avaliação fonoaudiológica. Assim você ficará mais seguro e longe dos distúrbios vocais. Caso seja constatado algum problema na voz preexistente, o médico e o fonoaudiólogo orientarão qual deve ser a conduta mais adequada para seu caso.
  10. Apresentações: Tome os cuidados acima descritos, use roupas confortáveis, hidrate-se bem, aqueça a voz antes da sua performance, esteja seguro nas músicas e ao terminar desaqueça a voz.
Cante com cuidado e sua voz poderá cantar por muitos e muitos anos!

domingo, 15 de julho de 2012

O que é a Doença do Refluxo Gastroesofágico(DRGE) e como pode afetar a voz?



A Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) refere-se ao retorno do ácido produzido dentro do estômago para o esôfago (órgão tubular que leva o alimento da boca ao estômago) causado pelo mau funcionamento de uma válvula que controla a passagem do alimento do esôfago para o estômago. Este retorno pode causar danos a mucosa (pele que recobre todo o aparelho digestivo) levando a feridas. Estes machucados são chamados de esofagite. 


A maioria das pessoas descrevem a azia como uma sensação de queimação atrás do peito, que sobe para a garganta ou pescoço. Algumas têm ainda a sensação do alimento retornando à boca (fenômeno conhecido como regurgitação). Esta sensação pode durar em torno de duas horas e piora com a ingesta de alimentos. Nem todas as pessoas que têm refluxo apresentam queimação e azia.


Quando o refluxo atinge a laringe, ele é chamado de refluxo laringofaríngeo e, neste caso, o suco gástrico, altamente irritativo, produz lesões na delicada mucosa das pregas vocais e das outras estruturas da laringe. Pacientes com refluxo podem apresentar rouquidão após as refeições e ao acordar.


Durante o exame da videolaringoscopia, o otorrinolaringologista pode evidenciar sinais sugestivos da DRGE observando edema (inchaço) e hiperemia (vermelhidão). Esta observação é muito importante pois muitas vezes a melhora de uma alteração vocal fica comprometida caso não haja tratamento do refluxo. Além disso o refluxo pode causar patologias laríngeas como o granuloma que afetará bastante a qualidade vocal.




QUAL É O TRATAMENTO PARA DRGE?

Dependendo da intensidade de seus sintomas e dos resultados dos exames, seu médico pode recomendar: mudança de hábitos alimentares e comportamentais, tratamento medicamento ou ambos.
  • Evitar alimentos como chocolates, café, alimentos mentolados, gorduras ou frituras , condimentos, molhos picantes, tomate ou derivados e bebidas alcoólicas.
  • Parar de fumar
  • Emagrecer até próximo do peso ideal
  • Evitar se alimentar 2 a 3 horas antes de deitar
  • Evitar roupas apertadas, que podem comprimir seu estômago e facilitar o refluxo
  • Evite encher demais o seu estômago, coma mais vezes ao dia mas em pequenas quantidades
  • Elevar a cabeceira da cama cerca de 10 a 15 cm, principalmente se você costuma ter azia durante a noite
  • Fazer uso de medicações prescritas pelo gastroenterologista
  • Cirurgia, indicada principalmente quando existe uma hérnia de hiato, que prejudica ainda mais o funcionamento da válvula.
Quando a DRGE é deixada sem tratamento pode levar a complicações sérias como dor torácica imitando um ataque cardíaco, estenose (estreitamento) do esôfago, sangramento, ou esôfago de Barret (uma condição especial da mucosa do esôfago que pode ser foco de risco de surgimento de câncer ). Sintomas associados a complicações da DRGE incluem: disfagia (dificuldade para engolir), tosse, rouquidão, problemas respiratórios e sangue nas fezes.

Portanto, fique alerta aos sintomas e procure tratamento o mais rápido possível. Outra dica importante é não desanimar e tomar a medicação pelo tempo estabelecido pelo médico, pois a interrupção pode piorar o caso.

domingo, 1 de julho de 2012

Efeitos colaterais sobre a voz

Todo e qualquer medicamento possui seus efeitos colaterais, ou seja, efeitos diferentes daquele considerado como principal por um fármaco. 
Vários medicamentos, para doenças diversas, possuem efeitos colaterais também sobre as pregas vocais. A automedicação é um perigo para sua saúde pois, muitos tratamentos sem prescrição médica além de não funcionarem, acabam retardando sua busca por um tratamento mais adequado, orientado por um profissional habilitado. Existe o risco de você prejudicar definitivamente sua voz aplicando orientações sem fundamento. 

Veja alguns medicamentos que precisam ser evitados pelos indivíduos que usam suas vozes profissionalmente:


  • Analgésicos: utilizados para aliviar a dor. A Aspirina® é terminantemente contra-indicada pela Fundação Americana de Voz porque o ácido acetilsalicílico provoca sangramentos e pode favorecer hemorragia nas pregas vocais. Qualquer analgésico que contenha essa substância deve ser evitado. Opte pelas medicações que contenham dipirona.
  • Antibióticos: utilizados para estados infecciosos e devem ser tomados apenas na quantidade receitada e pelo tempo prescrito pelo médico. Profissionais da voz com dores de garganta podem se sentir tentados a tomar antibióticos na tentativa de melhorar suas vozes. Antibióticos errados podem piorar a infecção e causar uma série de efeitos colaterais indesejáveis, como reações alérgicas.
  • Sprays Nasais: Utilizados como descongestionantes em crises alérgicas, rinites ou gripes. O uso desta medicação não deve ultrapassar 5 dias para não causar dependência. Causam ressecamento da mucosa do nariz e também da laringe, dificultando a vibração livre das pregas vocais.
  • Antitussígenos: são supressores da tosse, que é altamente irritativa para as pregas vocais, porém esses remédios geralmente causam ressecamento como efeito secundário negativo.
  • Anti-histamínicos e corticosteróides: empregados nas alergias e inflamações. Produzem ressecamento, insônia, irritabilidade, irritação gástrica e tremor, que pode ser percebido na voz.
  • Antidiarréicos: reduzem a produção de secreções e podem provocar secura na laringe, dificultando uma boa emissão vocal.
  • Diuréticos: devem ter seu uso estritamente controlado. Pode apresentar redução da saliva, ressecamento da boca e da garganta, produção de secreções densas e viscosas, e pigarro persistente.
  • Vitamina C: em alta dosagem também pode produzir como efeito secundário o ressecamento do trato vocal.
  • Hormônios: podem causar profundas modificações na qualidade vocal. Os andrógenos têm efeito muito acentuado na voz feminina, deixando-a mais grave ocorrendo um processo de virilização vocal.
  • Tranquilizantes: utilizados como remédios para acalmar e dormir. Devem ser de uso excepcional em situações de estresse e grande sobrecarga. Sua ação no sistema nervoso central pode afetar de modo evidente o controle da produção da voz. Cantores e atores nunca devem usar calmantes antes de suas apresentações, com risco de apresentarem uma emissão sem controle, arrastada e imprecisa como se estivessem embriagados.

Lembre-se: os efeitos colaterais variam de indivíduo para indivíduo. Toda a atenção é necessária para a utilização de qualquer medicamento que deve ser feita por prescrição médica e a automedicação completamente contra indicada! Sua voz e sua saúde merecem esse cuidado.


Adaptação: Behlau e Pontes. Higiene Vocal: Cuidando da Voz