Total de visualizações de página

sábado, 24 de março de 2012

Série Lesões mais comuns - Sulco Vocal

O Sulco vocal é uma Alteração Estrutural Mínima(AEM) e se caracteriza como uma depressão na prega vocal que se dispõe paralelamente à borda livre. Ele pode ser assintomático, sintomático com pequena alteração vocal, ou sintomático com fadiga e disfonia severa, chegando a impedir o uso social da voz.
Pode se apresentar de diversas formas, de acordo com o grau de depressão no tecido da prega vocal: sulco oculto, sulco estria maior ou menor e sulco bolsa. 


Sulco oculto - é de difícil identificação, sendo sua presença constatada apenas por exames mais detalhados. O impacto vocal é mínimo na voz falada, podendo haver diminuição da extensão vocal ou queixa de pouca resistência vocal ao uso continuado da voz.

Sulco estria menor - apresenta-se como uma linha atrófica, escurecida, cinza-azulada, podendo ser uni ou bilateral. A qualidade vocal apresenta comprometimento diretamente relacionado ao grau de adesão do sulco nas camadas do tecido da prega vocal.

Sulco estria maior - observa-se uma valeta na mucosa da prega vocal. A voz típica deste sulco é desagradável, rouco-áspera, podendo ser bitonal, aguda ou hiperaguda, o esforço vocal é  nítido. Presença de fenda fusiforme.

Sulco bolsa - conhecido anteriormente como cisto aberto, pode parecer com o sulco estria maior ou com um cisto. Pode produzir lesões secundárias como pólipos, edemas, laringite crônica e até mesmo leucoplasia que é uma lesão pré cancerígena. A voz é rouca e grave.

A fonoterapia está indicada para melhorar a vibração da mucosa, tratar e reduzir as lesões secundárias, desenvolver normas de higiene vocal para evitar crises disfônicas, bem como melhorar a qualidade vocal, tornando a emissão mais estável.

A cirurgia deve ser reservada para os casos de insucesso da reabilitação fonoterápica, podendo ser conservadora ou parcialmente conservadora.

Fonte: Behlau, M. Azevedo, R. Pontes,P & Brasil, O.
 Disfonias Funcionais. In: Voz O Livro do Especialista.
 Vol 1. Revinter, 2001.

sábado, 17 de março de 2012

Série Lesões mais comuns - Cisto Vocal

O cisto vocal está no grupo das disfonias funcionais secundárias por inadaptações vocais, mais especificamente das inadaptações anatômicas ou Alteração Estrutural Mínima(AEM) diferenciada. Ou seja, é um tipo de variação anatômica que embora seja irrelevante para o desempenho das funções essenciais da laringe como respiração e deglutição, tornam-se fatores prejudiciais para o bom rendimento vocal, causando redução da resistência vocal e produzindo fadiga durante a produção de voz.
Também chamado de cisto epidermóide, cisto profundo ou cisto de inclusão epitelial, o cisto vocal corresponde a uma cavidade fechada, localizada profundamente no interior da prega vocal. O seu volume pode ser tão pequeno a ponto de ser chamado de microcisto, ou grande a ponto de comprometer grande parte da prega vocal. Esta cavidade pode estar mais solta ou bem aderida a prega vocal, o que neste último causa maior impacto na qualidade vocal.
O cisto pode ser assintomático, ou seja, não apresentar alterações na qualidade da voz, levemente sintomático, ou causar uma voz rouca e grave. Pode ser uni ou bilateral, sendo às vezes confundido com nódulos vocais.

A principal opção de tratamento é a reabilitação vocal, caso não haja melhora do quadro, segue-se para a opção cirúrgica seguida de fonoterapia.
Crises disfônicas podem ser disparadas pelo próprio uso da voz, pelo aumento da atividade profissional, por estresse, por refluxo gatroesofágico, por crises alérgicas, infecções de vias aéreas ou abuso vocal. A repetição dessas crises pode aumentar o volume do cisto e requerer tratamento medicamentoso e cirúrgico.

Vale salientar que o cisto vocal é recidivante, isto é, pode reaparecer após tratamento.



Fonte: Behlau, M. Azevedo, R. Pontes,P & Brasil, O.
 Disfonias Funcionais. In: Voz O Livro do Especialista.
 Vol 1. Revinter, 2001.

sábado, 3 de março de 2012

Série Lesões mais comuns - Pólipos vocais

Os pólipos das pregas vocais são lesões de massa geralmente unilaterais. Pólipos sésseis são aqueles de base alargada(Figura) e com grande aderência na prega vocal; já os pólipos pediculados são conectados à prega vocal por um estreito filamento de mucosa.

Pólipos são lesões mais freqüentes em adultos do sexo masculino, entre 35 e 45 anos de idade, sendo extremamente raro em crianças.

O pólipo é uma lesão que tem causa recente aguda, embora em alguns casos a história clínica aponte para uma disfonia a longo prazo disparada por um evento específico. A origem do pólipo é definida a partir de um pequeno traumatismo, que pode ser fonatório ou não, como na presença de refluxo gastresofágico.
Um evento único, de intenso fonotrauma, tal como um grito, pode ser causal de um pólipo; porém outros processos irritativos, como a aspiração de substâncias químicas agressivas (pipetagem em indústrias químicas) ou ainda atividades respiratórias intensas, como o esforço utilizado para tocar instrumentos de sopro, podem estar envolvidos na gênese desta lesão. O fumo e o álcool são fatores agravantes.


Os pacientes com pólipos apresentam uma rouquidão característica, com soprosidade variável. Podem referir também sensação de corpo estranho na garganta.

O tratamento dos pólipos das pregas vocais é quase sempre cirúrgico. A possibilidade de regressão espontânea ou com fonoterapia é muito reduzida.
Uma terapia vocal pré-cirúrgica, de curta duração, com orientações quanto à higiene vocal, pode auxiliar na regressão do edema do pólipo e das áreas subjacentes, reduzindo-se a área da intervenção cirúrgica. Após a remoção cirúrgica, se não for observada a normalização da voz em 15 dias, fica indicada a reabilitação vocal, geralmente de curta duração.

A resposta ao tratamento é boa e a voz  é rapidamente recuperada. O retorno do desenvolvimento de pólipos são raros e, quando ocorrem,  devem ser investigadas a possibilidade de existência de outras alterações.


Fonte: Behlau, M; Madazio,G e Pontes,P. Disfonias Organofuncionais. 
Voz O Livro do Especialista - Volume I, 2001.